sexta-feira, 18 de julho de 2008

PEQUENO DEBATE SOBRE OS LIVROS APÓCRIFOS

A pedidos de alguns irmãos, escrevi sobre os livros não canônicos, chamados de apócrifos. A palavra apócrifo significa, literalmente, escondido, oculto, isto em referência a livros que tratavam de coisas secretas, misteriosas e ocultas, (quer dizer ainda: espúrios, não genuínos). São encontrados nas Bíblias de edições católico - romanas. Estes livros foram incluídos pela igreja romana no cânon do Velho Testamento em 1546 no Concílio de Trento. Além dos 7, foram ainda acrescentados 4 acréscimos ou apêndices a livros canônicos, formando assim 11 escritos apócrifos .

Foram escritos entre o período do profeta Malaquias e o livro de Mateus, ou seja, entre o Antigo e o Novo Testamento, numa época em que havia cessado por completo a revelação divina, isto basta para tirar-lhes qualquer pretensão de canonicidade. São rejeitados por diversas autoridades eclesiásticas, inclusive o historiador judeu Flávio Josefo.

Jamais foram aceitos pelos próprios judeus como parte do cânon hebraico. Nunca foram citados por Jesus, nem foram recomendados pela igreja primitiva. Quando Jerônimo traduziu a Vulgata, no início do Século V (405 d. C.), incluiu os apócrifos oriundos da Septuaginta, através da Antiga Versão Latina, de 170, porque isso lhe foi ordenado, mas recomendou que esses livros não poderiam servir como base doutrinária. A igreja Ortodoxa Grega os mantém até hoje.

São estes os 7 apócrifos, constantes das Bíblias de edição católico – romanas:

TOBIAS – Vem após o livro canônicos de Esdras.

JUDITE – Após o livro de Tobias.

SABEDORIA DE SALOMÃO – Após o livro canônico de Cantares.

ECLESIÁSTICO – Após o livro de Sabedoria.

BARUQUE – Após o livro de Jeremias.

1 MACABEU.

2 MACABEU (Ambos, após o livro canônico de Malaquias).

Os 4 livros chamados de acréscimos ou apêndices, são:

ESTER ( acréscimos a Ester 10.4 – 16.24).

CÂNTICO DOS TRÊS SANTOS FILHOS (acréscimos a Daniel 3.24-90).

HISTÓRIA DE SUZANA (acréscimo a Daniel cap. 13).

BEL E O DRAGÃO (acréscimo a Daniel cap. 14).

Podemos citar ainda outros livros apócrifos: 3 e 4 ESDRAS são assim chamados porque nas Bíblias de edição católico – romanas o Livro de ESDRAS é chamado de 1 ESDRAS, o de NEEMIAS, de 2 ESDRAS.

A igreja romana aprovou os apócrifos em 18 de abril de 1546, para combater o Movimento da Reforma Protestante, então recente. Os debates sobre os apócrifos motivam ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O Cardeal Pallavacini em seu livro HISTÓRIA ECLESIÁSTICA declara que em pleno Concílio, 40 bispos, dos 49 presentes, travaram luta corporal, agarrados às barbas e batinas uns dos outros. Foi nesse ambiente “espiritual” que os apócrifos foram aprovados. A primeira edição romana com os apócrifos deu-se em 1546 com autorização do Papa Clemente VIII.

Assim, nas Bíblias editadas pelas sociedades bíblicas, usadas pela igreja evangélica, temos 66 livros e nas de edições católico-romanas 73. Daí certa confusão por parte de algumas pessoas: qual a edição correta, a dos evangélicos ou dos católicos?

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